quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

A ala velha do hospital.

- São 9 horas e 52 minutos do dia 10 de fevereiro de 2010. Acabei de chegar no quarto do hospital. Estou na ala velha do hospital Paulistano e é um horror. Parece um hospício. Tudo velho e caindo aos pedaços. Já liguei para o meu médico que disse que o hospital está lotado, por isso vim parar aqui.

Seu pai, Levi querido está comigo. Ele está sendo meu grande companheiro nessa jornada, nessa caminhada que parece não ter fim. Respiro fundo a cada dificuldade, mas confesso que as vezes me cansa. Respiro aliviada e uma felicidade toma conta da minha alma quando penso em vocês. Vovó me manda fotos pelo celular toda hora de vocês dois, desde que cheguei aqui. Já vi vocês comendo biscoitos, dormindo, fazendo gracinhas. Viva a tecnologia. Viva.

Vocês ficaram e estão muito bem, graças a Deus.

Nesse quarto que estou não pega nem a internet e não sei quando conseguirei postar esse texto. Fiquei e ainda estou puta da vida, principalmente por causa da internet. Espero ir para um quarto melhor quando voltar da cirurgia, porque eu mereço. Porque esse tipo de lugar faz mal para a auto estima de qualquer um. Difícil ficar melhor quando o ambiente em volta está caindo aos pedaços.

Sei que isso é um detalhe, mas em momentos como esse, o mínimo que a gente quer é ser bem tratada e estar num lugar o mínimo agradável possível.

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Já se passou mais de uma hora e agora estou mais calma. Consegui me conectar a internet. Mas o quarto ainda continua caindo aos pedaços.

Tiro tudo isso como um grande aprendizado. Alguma coisa, tenho que aprender com isso. E a fome aperta. Vamos em frente, que o dia será longo. Preciso ser paciente e ter paciência.


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